Quando nossa mente se abre para uma nova perspectiva, é impossível voltar a ver as coisas como eram antes.
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Minha história de vida provavelmente difere do que muitos de vocês devam pensar ao ler meus textos. (Menção aqui à — adorei nossa conversa 🤣🤣 — que me lembrou como, muitas vezes, parecemos ser algo que não somos. E vice-versa.)
Não vim da literatura, tampouco da arte. Nunca fui o adolescente apaixonado por livros — pelo contrário, sempre odiei aulas de literatura e português. Não fiz faculdade de humanas. Escrever? Nunca cogitei.
Quem me conhece há mais tempo sabe que, se fosse para me definir com uma palavra, contemplativo, apaixonado ou profundo definitivamente não estariam entre elas.
Vim das exatas — sou engenheiro de formação e trabalho com finanças e investimentos. Sempre gostei de lógica, programação, processos…
Fui criado em uma família industrial — metalúrgicos — onde o objetivo da vida era simples: produzir, ser útil e ser o melhor no que se faz.
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Então você pode imaginar: viver uma vida mais “contemplativa”, prestar atenção aos mínimos detalhes da jornada, admirar uma obra de arte ou ler com calma um poema… não eram exatamente prioridades na minha cabeça.
Muito pelo contrário. Por conta da minha criação, eu havia desenvolvido (sem perceber) o péssimo hábito de julgar quem valorizava essas coisas — como se estivessem indo contra aquilo que me ensinaram sobre “o que importa na vida”.
Mas a vida é uma caixinha de surpresas (“Mas ele é Joseph Climber” — referência para poucos 😄). E posso ser sincero? Eu amei essa.
Passei por alguns episódios difíceis. Eles me forçaram a questionar tudo o que eu entendia sobre “o que é a vida”. E, com isso, vieram as mudanças: nas crenças, na autoexigência, na visão sobre produtividade, e — mais importante — na clareza sobre o que realmente tem valor pra mim.
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Não posso dizer que passei por uma metamorfose completa. (📖recomendação de leitura de hoje já está na mão: A metamorfose - Franz Kafka)
O Pedro de antes ainda está aqui — com sua herança familiar e tudo. Mas…
O Pedro de hoje vive muito melhor do que aquele. Mais leve. (Ouso dizer) mais produtivo. Mas também muito mais amoroso, atencioso, divertido, feliz — se é que eu sei o que isso quer dizer.
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A minha mensagem pra você é simples🙏
Você não está preso às suas crenças. Nem à sua herança familiar.
Nem ao que disseram que você "é".
Se permita conhecer mais — as coisas e a si mesmo. Olhar pelo olhar do outro. Ser mais empático, mais carinhoso. Abraçar as mudanças que a vida propõe.
Pode ser um caminho sem volta. Mas te pergunto:
A vida já não é um?
Obrigado por ler até aqui 🙏
Se de alguma forma meus texto te ajudam, te fazem pensar, ou simplesmente te entretém de algum modo, comenta aqui que eu vou adorar ler 😍
A experiência humana exige mais do que apenas viver no automático, exige viver de forma que possa valer a pena, e isso com certeza envolve a contemplação, a arte, a poesia, a leitura de livros fora do comum.
Esses dias me deparei com uma frase que a sua leitura traz a tona: “depois que nos enxergamos, dificilmente voltamos a ser os mesmos.”